domingo, 15 de junho de 2008

Onde


Onde me situo
em tão vasta imensidão?
Onde o Deus que me habita
e a toda uma multidão?
Onde a inconstância,
a intemperança
do que julgo sentimento?
Onde a bonança,
e o meu discernimento?
Onde essa ausência continuada
de esperança e alegria?
Onde a família sublimada
e a criança quem mim havia?
Onde meus olhos fartos de ver,
meus ouvidos de ouvir?
Onde prescrever os fatos
que há de existir?
Onde o fazer amor,
a realização plena?
Onde o dissabor
e a coragem que se aliena?
Onde a saída
o desvencilhar do medo
que me apavora?
Se tenho que enfrentar vida
que alguém me diga:
Onde o agora?


Beatriz Araujo

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