domingo, 15 de junho de 2008
Era uma vez...obrigada!
Hoje não quero falar dos teus segredos
nem dos “nãos” do medo
que anunciaram o fim.
Quero apenas agradecer-te
pelos sonhos, prazeres que invento
e por viveres aqui – dentro de mim!
Sou-te grata por tanta coisa boa,
e por às vezes rir à toa
de tanto bem-querer.
Sou-te grata
porque amar-te vale a pena
pela inspiração dos meus poemas
e por fazer-me amanhecer!
Obrigada!
Pelas doces madrugadas,
pelo nosso conto de fadas,
pelo “era uma vez”...
Obrigada!
Pelo olhar que desnudo,
obrigada por tudo
meu amor português!
Beatriz Araujo
Beijos de Amor
É lá no cantinho do olho
onde a lágrima se forma
o beijo que te quero dar.
Sonho com isso todas as noites,
e uma noite toda
é pouco pra te beijar!
Meu pensamento vai longe,
e mil sonhos me levam
para onde estás.
Beijo-te no cantinho do olho
e regressoatravessando o mar!
Não me canso de tantas viagens
nem de tanto beijar.
Sonho porque de verdade
só tenho o que o sonho me dá!
Teu olhar de lágrima ausente
é fruto de um beijo sonhador.
São beijos inocentes,
são...beijos de amor!
Beatriz Araujo
Apartar-me de ti
Mais leve que o ballet das flores
são os amores que vivi.
Amores de tantas lembranças,
amores que nunca esqueci!
Amo-te silente
tal qual esperança,
e quase tão forte
que me possas sentir o calor.
Te quero para sempre livre!
Livre – porque és vento!
E leve – porque és flor!
Mas temes, eu bem sei!
Que distante, eu deixe de ser tua
e que a essa altura nos deixemos
porque a isso escolhi.
Mas digo-te – não temas!
Em nada há maior engano...
Juro! - nem o oceano
Vai apartar-me de ti!
Beatriz Araujo
Metade Perdida
Fecho os olhos...
Não sinto teus abraços,
não ouço mais teus passos,
não vens mais me visitar!
É nisso que acredito,
é nisso...que preciso acreditar!
Mas não há o que de verdade nos aparte!
Nem consigo não amar!
Estás comigo em toda parte,
na minha arte,
no sonho do meu olhar!
Deixemos para lá do presente
o que hoje não pode ser!
Não vou mesmo esquecer
o que a gente sente,
nem vais no tempo, me perder!
Nada mais importa
além da verdade
acrescida do sonho
a que deste fim!
Nada mais conforta
além da vontade
desse nosso encontro,
metade perdida de mim!
Beatriz Araujo
Cais Ana Maria
Dizem que amizade virtual não existe,
que é coisa passageira,
chuva morna de verão...
Mas que importa a distância - tua bandeira
se quando choras,
sinto aqui, teu coração!
E nesse enredo conto-te segredos
como quem se revela
para além da poesia...
Sofres com minhas mazelas,
e transformas lágrimas
em alegrias!
És - pra mim
mais do que mensagens,
ou mera paisagem em meu computador...
És a amiga de sorrisos fartos
de conselhos sábios
que me fazem melhor do que sou!
Pois que sou Bia
a nau de águas frias,
por vezes - ancorada
em alto mar...
E tu - és Ana Maria
o cais de onde jamais
partirei sem voltar!
Beatriz Araujo
O sentido da vida
O sentido da vida
pode estar no simples toque do amor,
no silêncio ensurdecedor,
no grito
que anuncia uma dor...
O sentido da vida
pode estar
no movimento das ondas do mar,
no encantamento
dos que se permitem amar,
na coragem
dos que arriscam sonhar...
O sentido da vida
pode estar
nos erros do meu passado,
no futuro
que quero ter ao teu lado,
ou no beijo
que te quero dar...
O sentido da vida
pode estar – quem sabe
na minha, na tua metade
ou nas nossas metades
a se completar...
Beatriz Araujo
Maggy
Maggy – dizia o poeta
era como a luz do pensamento
refletia ao sol
muito mais do que ao vento.
Maggy era sonho e realidade
ao mesmo tempo!
E de sonhos, viveu-se com verdade
o próprio sentimento...
Mas Maggy, viu-se – era real,
e o que era intemporal
não foi além daquela época.
A vida própria
refletiu-se descoberta
e um tanto confusa
perdeu-se a musa
no sonho do poeta...
Beatriz Araujo
Meio termo elementar
Se amo
conjugo no singular.
O engano!?
Plural do verbo amar...
Se te julgo
me condeno sem exitar.
O vulto!?
Meio termo elementar...
Beatriz Araujo
Chove
Chove em meu coração...
Chove! Chove!
Pingos sem cor,
pingos de dor...
Chove
em meu ninho de amor...
Dorme e sonha
A mente cansada...
Lindos sonhos!
Sonhos?
Que bom! É madrugada...
Lá fora
Levanta o sol bravio...
Ah! Mas que droga!
Ainda chove...
Chove!Acordo com frio...
Beatriz Araujo
Melodia
Guardo no peito
a dor que não te ensino,
desejo e efeito,
feito a melodia
que não termino...
E a luz!? A luz apaga
a solidão do meu Deus menino,
e se propaga o amor
nos lentos passos de um bailarino.
Feito o vento,
feito a melodia que não termino...
E de repente,
tão sublime e reluzente,
poesia ou em forma de gente,
a vida surge afã, não no amanhã,
mas no dia a dia;
não contracenando,
mas destoando
em uma triste melodia...
Melodia de outrora destino,
melodia
que agora termino...
Beatriz Araujo
Amor Inteiro
....E quando eu me despir outra vez, haveremos de fazer um amor mais louco do que o que já se fez; e quando, de pronto, acordarmos do sono que faz despertar a vida, haveremos de fazer outra, outra, e outras tantas repetidas vezes, o mesmo amor; e quando nossas cabeças forem cobertas pela neve, sem vaidade, quando os fardos nos pesarem às costas da verdade, não haveremos de ver sem volta a tenra idade; e quando ao olhar o passado, eu me despir outra vez, ah meu amor! Nos haveremos amado uns cinqüenta anos, eu creio! Cinqüenta anos!! Um meio século de amor inteiro!
Beatriz Araujo
Mente Simples
Não quero o efeito da frase feita,
nem fazer pensar
a quem já morreu.
Quero um diálogo de dia e meio,
e o meio que o dia não deu!
Não quero sonhar o sonho de tantos,
nem tantos sonhos
pra me ocupar.
Quero o canto dos pássaros que passam
e um pássaro
pra me ensinar a cantar!
Não quero o mágico,
nem a magia que nos dá asas pra voar.
Quero minhas pernas firmes,
uma mente simples,
e simplesmente andar...
Beatriz Araujo
Tua flor
Visitas meus pensamentos
com a constância
de uma borboleta à flor,
pois que foste
meu bem querer,
minha vida, meu amor...
Moras em meu peito,
e rompes meu silêncio
como quem precisa pulsar.
Foste minha loucura,
também minha bravura,
meu direito a sonhar.
Ah! E como foi breve esse tempo
que tivemos pra amar!
Partiste em sobrevôo,
sem sobrevida, sem nada pesar.
E porque quiseste correr o risco
só nos restou o vicio
da vida e da dor.
Hoje, já não és borboleta
e eu
não sou mais
tua flor...
Beatriz Araujo
Nem sempre vai nevar
Olha!
Como são belas
aquelas arvorezinhas!
Tantos frutos,
tão poucas
ervas daninhas...
Olha!
Como são altos
os campos verdes da minha idade!
Palcos – enfeites, vã felicidade!
Olha!
Que inverno quente sopra a brisa
que vem do mar!
Indócil deleite, prenúncio
da neve que vai chegar...
Olha!
Como é leve o floco a derramar...
Olha! É neve!
Nem sempre vai nevar!
Beatriz Araujo
Andorinha
Voa, voa andorinha!
Voa sem parar...
Voa, voa
Voa pra além mar...
Voa, voa amiguinha
deixa o vento te guiar.
Voa, linda avezinha
pára o tempo
se cansar...
Voa, voa passarinha
sem destino, sem pensar.
Apenas voa, andorinha
voapra me encontrar...
Beatriz Araujo
Ser poeta
Havia no que eu acreditava ser certo
o medo de apenas estar errada,
qual estrela que cintila - brilha
no por vir da madrugada.
E tempo houve
em que não colhi as flores!
E tempo houve
como se me colorissem as cores!
Há no que me lembro
o vislumbre do guizo
de um animal que rasteja,
o lume de um Narciso
que é essencial
ao que minha alma deseja.
Mas tempo houve em que minha alma
desejou – um dia
ser poeta...
E tempo há
porque o é quem vive
além de sua época!
Beatriz Araujo
Onde
Onde me situo
em tão vasta imensidão?
Onde o Deus que me habita
e a toda uma multidão?
Onde a inconstância,
a intemperança
do que julgo sentimento?
Onde a bonança,
e o meu discernimento?
Onde essa ausência continuada
de esperança e alegria?
Onde a família sublimada
e a criança quem mim havia?
Onde meus olhos fartos de ver,
meus ouvidos de ouvir?
Onde prescrever os fatos
que há de existir?
Onde o fazer amor,
a realização plena?
Onde o dissabor
e a coragem que se aliena?
Onde a saída
o desvencilhar do medo
que me apavora?
Se tenho que enfrentar vida
que alguém me diga:
Onde o agora?
Beatriz Araujo
Frágeis Ilusões
Queria tanto que pudesses ver,
crer no que
realmente vale a pena,
Mas te perdes
e nos condena
sem qualquer ponderação...
Somos tão iguais em nossas diferenças
tão normais
em nossas dores imensas
que ainda podemos acontecer...
Sempre há – depois da noite
um novo alvorecer...
Sigamos, pois
pelo caminho dos nossos corações,
onde diferentes são iguais,
pedras são cristais
e cristais
frágeis ilusões!
Beatriz Araujo
Quem dera!
Quem dera fosse eu
a secar a gota de orvalho
que rola em tua face
por já não acreditares em mais nada..
Quem dera – meu amor
pudesse eu – fazer-me paz
pra encher de luz a tua estrada...
Quem dera dependesse de mim
a realização
de cada sonho secreto...
Quem dera – meu amor
pudesse eu
te ensinar o que é certo!
Beatriz Araujo
Assinar:
Postagens (Atom)